Um ressonador de Helmholtz é simplesmente uma cavidade de volume V (contendo um gás), com um gargalo de área A e de comprimento L. Quando se aplica um sopro transversal ao gargalo, produz-se um som. A idéia fundamental é que, se o comprimento de onda deste som é muito superior às dimensões V1/3, A1/2 e L, todo o gás no gargalo move-se como um bloco de massa m (como num sistema massa-mola, onde a “mola” é proporcionada pelo gás no interior da cavidade) segundo um movimento oscilatório, que é acompanhado de uma oscilação na pressão (uma sequência de compressões e rarefações) do gás no interior da cavidade. Oscilações com um valor particular de frequência f=(vS/(2Pi))[A/(VL)]1/2 (onde vS é a velocidade do som) são amplificadas[1].
Hermann Ludwig Ferdinand Helmholtz (1821-1894), foi um cientista e filósofo alemão que deu contribuições fundamentais à eletrodinâmica, óptica, fisiologia, matemática e meteorologia. No campo da eletrodinâmica, Helmholtz tentou descrever todos os fenômenos eletromagnéticos a partir de um conjunto mínimo de princípios matemáticos, com fundamento nas propriedades mecânicas do “ether” (conceito mais tarde derrubado pela teoria relatividade de Einstein), que permearia todo o espaço. No campo da fisiologia, Helmholtz empreendeu grande esforço no sentido de compreender os mecanismos sensoriais da visão e da audição humanas. Em seu clássico On the Sensation of Tone As a Physiological Basis for the Theory of Music (1863), Helmholtz tentou desvendar o caminho das sensações através dos nervos sensoriais e das estruturas anatômicas (do ouvido) até o cérebro, com o propósito de alcançar uma compreensão completa do mecanismo de sensação do som[2]. Na obra supracitada[3], uma discussão sobre a produção de som por cavidades ressonantes pode ser encontrada.