Macedonio Melloni (1798–1854) foi um físico italiano que desenvolveu estudos pioneiros sobre as propriedades do calor radiante (raios infravermelhos)[1,2]. Em particular, ele demonstrou que, como a luz visível, a radiação infravermelho pode ser refletida, refratada, polarizada, etc. O “banco de Melloni”[3], um aparato com diversos acessórios utilizados nesses estudos, que incluía uma termopilha como detetor de tal radiação, tornou-se um instrumento essencial nos laboratórios de física do século XIX[4].
Essa termopilha[3] resultava de uma aplicação tecnológica do efeito termoelétrico, descoberto por Thomas Johann Seebeck em 1821, segundo o qual dois fios de metais diferentes (como ferro e platina ou bismuto e antimônio), quando soldados em suas extremidades, geram uma pequena corrente elétrica aproximadamente proporcional à diferença de temperatura entre suas soldas. Na termopilha diversos pares de fios são unidos de forma a resultar numa “bateria termoelétrica”, de forma análoga a uma bateria eletroquímica. Este aparato foi desenvolvido por Leopoldo Nobili (1784-1835) e Macedonio Melloni[5,6,7].
O excelente artigo de E. Colombi, M. Leone e N. Roboti[8], cuja leitura recomendamos, apresenta uma descrição dos aspectos construtivos da bateria termoelétrica de Nobili e do banco de Melloni, bem como um histórico do desenvolvimento dos mesmos.